Sugestões de leitura
Casa da Leitura | Calouste GulbenkianÂ
Não admira que este livro tenha ganho o prémio da Feira de Bolonha para melhor livro na categoria Ficção. à uma daquelas obras aparentemente simples, cuja profundidade convida tanto crianças como adultos a reflectir sobre a grande questão: Por que é que estamos aqui?
Children’s Literature
Na capa, a criança de Wolf Erlbruch abre os braços, num sinal de interrogação, em cima de uma meia lua, que não é mais do que a Terra quando espreitamos a contracapa. Ela coloca a grande questão que nunca será enunciada: “Porque estou eu aqui na Terra?”
Em cada dupla página o autor dá respostas com humor, insólitas e ao mesmo tempo pertinentes. O número três responde: “Para saberes, um dia, contar até três”; a morte “Estás aqui para amar a vida”; o pato: “Não faço ideia”... depois vem a vez dos pais que alternativamente afirmam o seu amor: “ Porque a tua mãe e eu nos amamos”; “Estás aqui para eu te amar”
No final do livro, folhas pautadas são propostas à criança (e aos pais) de forma que possa, ao crescer, encontrar outras respostas à grande questão. Neste livro, a originalidade da ilustração encontra eco no texto conciso e pleno de emoção. Um grande livro de um mágico extraordinário. Leitura obrigatória que não pode esperar, para que pequenos e grandes possam responder a esta eterna pergunta!
Cendrine Genin - Sitarmag
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Adaptado de um conto tradicional africano
Livro escolhido para comemorar o dia Mundial dos Direitos Humanos.Â
Livro recomendado para o jardim de infância, destinado a ler em voz alta/contar/trabalhar na sala de aula.
Ter as orelhas grandes, o cabelo rebelde, ser alto ou baixo, magro ou rechonchudo... até a mais insignificante caracterÃstica pode ser motivo de troça entre as crianças. Por isso é necessário um livro que demonstre a todos, tanto à queles que fazem como à queles que recebem algum comentário depreciativo, que esse tipo de comportamento é reprovável.
E especialmente para os que são apontados pelos outros, a mensagem que lhes transmite este conto é que convertam em positivo aquilo que para outros é motivo de gozo. Porque se devem valorizar as caracterÃsticas que nos diferenciam dos outros para nos distinguirem como seres especiais e únicos. Porque reconhecer e inclusive reivindicar a diferença nos fortalece, aceitando-nos como somos e reforçando a nossa personalidade. Esse é o primeiro passo para aprendermos a rir-nos de nós próprios...
Luisa Aguilar mostra uma grande sensibilidade neste texto singelo e cheio de força literária, que transporta o leitor para um mundo de formas, cores, emoções e sentimentos. A figura materna destaca-se como referente vital da protagonista, que responde aos comentários das outras crianças seguindo as indicações da sua mãe: aquilo que para os outros é um defeito, para a Mara é uma vantagem de que os outros carecem.
- Mãe, tu achas que eu sou orelhuda?
- Não, filha. Tens é orelhas de borboleta.
- E como são as orelhas de borboleta?
- São orelhas que revoluteiam na cabeça e pintam as coisas feias de mil cores.
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